Budapeste

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Budapeste

Sempre assisti vídeos de viagens no Youtube e uma vez fui impactada com um vídeo sobre o Parlamento de Budapeste à noite, todo iluminado. Acho que foi uma das imagens mais lindas que já vi na minha vida e, daquele dia em diante, coloquei Budapeste na lista dos destinos que eu queria conhecer.

Tive a oportunidade de realizar este sonho e posso falar? Budapeste entregou tudo e mais um pouco. O Parlamento é realmente o lugar mais bonito da cidade, mas Budapeste vai muito além disso. Então, bora conhecer com a gente!

Dividimos a nossa viagem em três dias – número que achamos suficiente para conhecer as principais atrações, mas, se você tiver disponibilidade, acrescentaria pelo menos mais um dia para poder curtir a cidade com calma, afinal há muitos lugares para visitar.

Nos hospedamos no B&B Budapeste (3 diárias por € 275) e recomendamos bastante. O hotel fica muito próximo à estação de trem Boráros Ter, uma caminhada de dois minutos, e da estação de metrô Corvin-negyed, o que nos dava fácil acesso ao centro e às principais atrações da cidade.

Compramos o bilhete com duração de 24h – período em que você pode usar trem, ônibus e metrô de forma ilimitada – por aproximadamente R$ 35 e achamos que valeu super a pena. Você pode comprar comprar o ticket nas maquininhas que ficam na estação e é super importante validá-lo quando entrar no transporte e guardá-lo porque de tempos em tempos aparece um fiscal para conferir as passagens (caso você esteja sem, pode receber uma multa de até US$ 50).

Dito isso, bora desbravar essa cidade incrível 🙂

Dia 1 – Parlamento de Budapeste, Sapatos à beira do Danúbio e Ponte das Correntes;

Dia 2 – Castelo de Buda, Bastião dos Pescadores, Igreja de São Mathias, Catedral de Santo Estevão e passeio de barco pelo Danúbio;

Dia 3 – Parlamento de Budapeste (visita guiada), Citadella de Budapeste, New York Café e Ruin Pub.

Dia 1 – Parlamento de Budapeste, Sapatos à beira do Danúbio e Ponte das Correntes

Chegamos em Budapeste por volta das 13h, morrendo de fome, então passamos no hotel para deixar as malas e fomos almoçar no Vapiano, restaurante italiano com preços acessíveis e comida muito gostosa. É uma rede internacional com restaurantes em vários países do mundo, inclusive no Brasil (há uma unidade em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e tinha uma em São Paulo, mas que fechou em 2022). Amamos esse restaurante e achamos que oferece um custo-benefício bem justo. A unidade de Budapeste em que fomos fica na bela praça Vörösmarty, cheia de restaurantes e lojinhas de souvenirs.

Após o almoço, fomos até o Parlamento, que era o primeiro lugar que nós queríamos conhecer na cidade (eu estava beeem ansiosa, rs). Da praça até o Parlamento foi uma caminhada de aproximadamente 15 minutos.

Ao chegar em frente ao Parlamento, ficamos impressionados com a sua grandiosidade e riqueza de detalhes. É o típico lugar que você poderia ficar horas e horas apreciando a beleza e ainda assim parece que você não viu tudo.

Como fomos à tarde, não havia mais ingressos disponíveis para fazer o tour guiado por dentro do Parlamento, então ficamos apenas admirando a fachada – não que tenha sido um problema, já que o lugar é belíssimo.

O Parlamento de Budapeste é o segundo maior da Europa – só fica atrás do parlamento da Romênia –, foi construído entre 1894 e 1902 e possui 18 mil metros quadrados, além de contar com quase 700 salas e 27 entradas. É o local em que a Assembleia Nacional da Hungria se reúne e também onde está a coroa de Santo Estêvão (a qual é fortemente vigiada por guardas armados).

Saindo do Parlamento, fomos caminhar às margens do Rio Danúbio, algo que recomendamos muito. A vista do rio é muito bonita e há vários bancos para você se sentar e passar um tempo por ali. Um pouco adiante, encontramos os famosos sapatos que ficam à beira do rio. São 60 sapatos de homens, mulheres e crianças que foram fixados ali para homenagear os judeus húngaros que foram mortos por membros da Cruz de Ferro, milícia que seguia a mesma ideologia do partido nazista. Os judeus tinham que tirar seus sapatos antes de serem fuzilados e terem seus corpos jogados no rio. Algo bem triste, mas sempre bom relembrar a história para não repeti-la.

Seguindo pela margem do Rio Danúbio, andamos mais 700 metros e chegamos à ponte Széchenyi Lánchíd, também conhecida como Ponte das Correntes. Esta é a ponte mais importante da cidade porque foi a primeira a conectar os bairros de Buda a Peste – antigamente, as pessoas tinham que atravessar de barco ou a pé, quando o rio ficava congelado durante o inverno.

A ponte foi inaugurada em 1849, após 20 anos em construção. Um fato curioso é que a ponte foi bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial e foi reconstruída e reinaugurada em 1949, ou seja, exatos 100 anos depois da primeira versão. Ela tem 380 metros de extensão, duas vias destinadas para carros e uma calçada de cada lado para passagem de pedestres. Nas duas extremidades das pontes, há belas estátuas de leões que estão ali para “protegê-la” de inimigos.

Da ponte, você tem uma vista linda da cidade e é possível ver o Parlamento, do lado direito, e do lado esquerdo o Castelo de Buda, o Bastião dos Pescadores, entre outras construções.

Dia 2 – Castelo de Buda, Bastião dos Pescadores, Igreja de São Mathias, Catedral de Santo Estevão, New York Café e passeio de barco pelo Danúbio

Começamos o dia conhecendo o famoso Castelo de Buda, uma das principais construções da cidade, repleta de história e cultura.

No dia em que fomos, demos o azar (ou sorte, dependendo do ponto de vista) de o funicular que leva até o topo estar em manutenção, então tivemos que subir a pé inúmeros lances de escada em uma ladeira, em um dia de muito sol e calor.

Por mais que tenha sido bem cansativo, achamos que valeu a pena porque conseguimos ver cada cantinho do castelo, fazer fotos lindas durante o caminho e ter uma vista panorâmica que só quem vai pelas escadas tem acesso. Se você está com o condicionamento físico em dia, pode ser uma ótima opção.

O Castelo de Buda tem uma arquitetura clássica e uma fachada super bem preservada. A área onde o castelo está é enorme, conta com uma fonte, estátuas e outras construções belíssimas – além de um café para fazer aquela pausa estratégica.

O Castelo de Buda abriga a Biblioteca Széchenyi, a Galeria Nacional Húngara e o Museu de História de Budapeste. Ah, e uma curiosidade: ele também é conhecido como Palácio Real, já que foi a residência da família real húngara no passado.

A poucos metros (850 metros para ser mais precisa, aproximadamente 15 minutos de caminhada) está o Bastião dos Pescadores, um mirante construído em 1902 e de onde se tem uma vista privilegiada do Parlamento de Budapeste e da região de Peste.

O Bastião tem sete torres, que homenageiam as sete tribos que fundaram a Hungria na Idade Média, além de uma estátua de Estêvão I na sua entrada. Com uma arquitetura neogótica, o terraço recebe o nome de Bastião dos Pescadores porque está localizado no mesmo lugar onde existia uma associação de pescadores no passado.

Essa é uma das principais atrações turísticas de Budapeste e achamos que vale muuuuuito a pena conhecer. Assim como o Castelo de Buda, recomendamos reservar um tempinho (pelo menos uma hora) para explorá-lo e conhecer cada cantinho dele.

A menos de 30 metros de distância você encontra a Igreja de São Mathias, uma das mais tradicionais igrejas católicas da cidade. Construída entre os séculos XII e XV, foi palco de casamentos e coroações reais, como a de Carlos IV. Esses três lugares estão bem próximos uns aos outros, então vale super a pena usar uma manhã inteira para conhecê-los com calma.

Depois de comer uma comida típica e tomar alguns chopps pra aliviar o calor em um restaurante alemão que ficava bem próximo à igreja (mas que esquecemos o nome, rs), seguimos o nosso caminho rumo à Basílica de Santo Estêvão, a maior da Hungria e que leva o nome do seu primeiro rei (975 – 1038).

Com mais de 96 metros de altura, é o ponto mais alto de Budapeste ao lado do Parlamento. A entrada na igreja é gratuita, mas caso queira subir na torre para ter uma visão privilegiada da cidade há um custo de aproximadamente € 6,50.

Ao lado da Basílica, do lado direito, paramos na Chimney Cake Shop para experimentar o famoso sorvete que é bem típico nessa região da Europa. É um “cone” em que a base é caramelizada e você pode complementar com um sorvete à sua escolha e uma cobertura (escolhemos sorvete de baunilha com cobertura de Nutella e estava uma delícia!!).

Para encerrar o dia com chave de ouro, fizemos um cruzeiro noturno pelo Rio Danúbio. Compramos os tickets no quiosque que fica bem próximo da Ponte das Correntes por € 15 euros cada – o passeio tem 45 minutos de duração e nós adoramos. Ver os principais monumentos de Budapeste, como o Parlamento, Castelo de Buda, Bastião, Citadella totalmente iluminados foi uma experiência incrível (também há opções mais caras que incluem um jantar a bordo).

Lembra que no começo desse texto eu disse que decidi ir pra Budapeste após ver um vídeo do Parlamento iluminado? Pois é. Ver ao vivo, de pertinho, despertou uma sensação enorme de gratidão por ter realizado mais um sonho.

Budapeste é, sem dúvidas, uma cidade imperdível.

Dia 3 – Parlamento de Budapeste (visita guiada), Citadella de Budapeste, New York Café e Ruin Pub.

No nosso último dia em Budapeste, finalmente conseguimos fazer a tão esperada visita guiada por dentro do Parlamento. Inclusive, fica a dica: o ideal é comprar o ticket com pelo menos uma semana de antecedência pelo site ou presencialmente pelo valor de € 26 (importante: o ingresso comprado de forma presencial precisa ser usado no mesmo dia). Por ser a principal atração da cidade, o Parlamento recebe centenas de turistas diariamente, por isso programe-se.

A visita guiada é relativamente rápida e tem duração de 45 minutos. O guia nos conduz por alguns dos principais pontos, como a escadaria principal, a coroa do rei Estêvão, a Assembleia Nacional, local onde são realizadas as votações, além de corredores repletos de quadros e esculturas.

Como falamos anteriormente, o Parlamento é sem dúvida nenhuma o nosso lugar preferido de Budapeste – se o seu exterior impressiona pela grandeza, seu interior se destaca pela sua importância histórica.

Saindo do Parlamento, fomos direto para a Citadella de Budapeste, ponto mais alto da cidade. A fortaleza foi construída em 1854 pelo império Habsburgo como uma forma de proteger Budapeste de invasores durante a Segunda Guerra Mundial.

Além da vista – que é deslumbrante – há também um bunker com três andares com diversas fotos, vídeos e estátuas que retratam o período da guerra. Infelizmente, ele estava fechado – todo o complexo da Citadella está sendo reformado, exceto o mirante, que continua aberto.  Além do mirante, há um parque em que as pessoas vão para fazer piquenique, brincar e passar o dia em família.

A forme apertou e fizemos uma parada estratégica no New York Café, o café mais antigo de Budapeste e considerado um dos mais bonitos do mundo.

Inaugurado em 1894, foi frequentado por artistas e intelectuais da época. Com mais de 100 anos, o café passou por uma grande reforma, mas conservou as suas peças autênticas e hoje se destaca com seus pisos e colunas de mármores banhadas a ouro, murais no teto e imponentes lustres de cristais. Quando entramos no café, nos sentimentos em um museu, de tão impressionante que é o seu interior.

Como esperado, por ser um café famoso e ficar dentro de um hotel cinco estrelas, o preço é bem mais salgado. Mas como queríamos muito conhecer, pedimos um café e um bolo de chocolate e seguimos viagem. Vale muito a pena conhecer!

Para fechar os nossos dias na capital húngara, fomos a um ruin pub, um conceito bem peculiar de Budapeste. O ruin pub é, como diz a tradução, um pub em “ruínas”, ou seja, são casas que estão com a sua fachada bem deterioradas em que dentro funcionam bares e baladas.

Achamos bem curioso e fomos conhecer o Szimpla Kert. Olhando a fachada, dificilmente você teria coragem de entrar porque parece uma casa que foi totalmente abandonada. Entramos e nos surpreendemos com o seu interior: são vários bares com bebidas e comidas típicas, além de um imenso jardim e um DJ que tocava música pop e eletrônica.

Centenas de jovens, algumas despedidas de solteiro, muita bebida e animação: assim foi a nossa experiência no ruin pub.